sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Meio ambiente: debate na internet

Alunos de escolas públicas e particulares de todo o país usam a internet para discutir questões ligadas ao meio ambiente, como a destinação do lixo ou o aquecimento do planeta.

A utilização da tecnologia como ferramenta pedagógica tornou-se possível com a criação de uma comunidade virtual para debater os temas da 3ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente. O encontro será realizado em Brasília, de 3 a 9 de abril de 2009, mas já é tema de discussões entre os estudantes e professores que participarão do encontro e de todos os interessados.

A comunidade virtual é resultado de parceria entre o Ministério da Educação e a Fundação Telefônica, do Grupo Telefônica. O acordo de cooperação que permitiu a criação da comunidade foi formalizado nesta quarta-feira, 17, em Brasília. “Na comunidade virtual, há conferência todos os dias”, disse a coordenadora-geral de educação ambiental da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), Rachel Trajber.

Para ela, o espaço virtual representa uma instância importante de democracia participativa, no qual jovens e professores de escolas diferentes e, muitas vezes, distantes entre si podem trocar experiências e compartilhar informações. Qualquer aluno ou professor pode participar da comunidade, mas na conferência nacional só poderão eleger delegados os alunos dos anos finais do ensino fundamental - entre 11 e 14 anos - de escolas públicas ou particulares cadastradas no censo escolar e inscritas no encontro. A expectativa é a de que a conferência receba 700 delegados.
Na comunidade, os estudantes contam como andam, na escola, as atividades preparatórias para a conferência. Eles participam de chats e de fóruns de debates, desenvolvem blogs, criam galerias, enviam fotos e fazem comentários. Todas as atividades estão relacionadas à discussão de problemas sociais e ambientais e contribuem para formar cidadãos preocupados com um futuro sustentável.

O PROJETO
A estudante Lorena Ortega, de Parobé (RS), tomou gosto pelos debates e defende, no fórum virtual, um projeto de meio ambiente para cada escola. “Se todas as escolas montarem um projeto de meio ambiente e, uma vez por ano, promoverem um fórum para discutir idéias e ensinar as pessoas a cuidar do meio ambiente, vamos todos em busca de um mundo melhor”, afirmou.
Na visão do secretário André Lázaro, a comunidade é uma iniciativa que vai ao encontro das políticas do MEC de criar um ambiente de educação que transcenda o disciplinar. “O aprendizado não fica restrito à escola, mas a ajuda na tarefa de oferecer educação formal”, destacou.
A 3ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente é iniciativa dos ministérios da Educação e do Meio Ambiente. As escolas de ensino fundamental ainda podem se cadastrar para participar do encontro nacional.
Mais informações no endereço eletrônico: conferenciainfanto@mec.gov.br
FONTE: MEC (17.09.2008)

Pedagogia do Oprimido completa 40 anos


Alvo da execrável revista Veja que em reportagem do dia 20 de agosto diz, entre outras coisas, que o livro a Pedagogia do Oprimido é " um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização" completa 40 anos




1968. Há exatos 40 anos era escrito por Paulo Freire o livro Pedagogia do Oprimido. Traduzido para mais de 40 línguas, a obra é considerada o mais importante trabalho do autor e a principal referência mundial para o entendimento e a prática de uma pedagogia libertadora. Para comemorar a data, começou, na última terça-feira (16/9), o VI Encontro Internacional do Fórum Paulo Freire. Promovido pelo Instituto Paulo Freire e pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o evento busca ser um espaço de estudo e atualização do legado freiriano. O evento acontece até hoje, dia 19, no Teatro Tuca e Tucarena, da PUC, na cidade de São Paulo (SP). A conferência de abertura contou com a participação de professores, pesquisadores e estudantes da área de educação, tanto no âmbito nacional, como internacional, além de pessoas que conheceram, conviveram e eram amigos de Paulo Freire.Para o economista e professor titular da PUC, Ladislau Dowbor, Paulo Freire não é passado, mas, sim, futuro. “Pedagogia do oprimido permanece muito atual”, ressaltou o economista. “O oprimido deve se organizar, pois a economia tende a ser opressora, mas se transforma caso a população efetivamente se mobiliza”, completou.“Uma obra completa, que mostra uma educação que transborda os limites, que inclui e que convida o indivíduo a nutrir as formas desejantes de mundo, experimentando-o, recriando-o, inventando ferramentas para expandir territórios de liberdade e respeito à dignidade humana”, destacou o economista. Segundo Dowbor, reler a Pedagogia do Oprimido em 2008 pode provocar encontros de um tempo em que, pelas intensidades e insurgências, não permitiu perspectivar o frescor e o pavor das contradições e das efervescências com que as esperanças e os medos se manifestaram no Brasil e no mundo em 1968. Reinventar formas e espaços para fazer com que a educação seja mais humanizadora, foi outro tópico levantado no evento por Antônio Teodoro, professor da Universidade Lusófona e membro do Instituo Paulo Freire de Portugal. “A opressão deve ser substituída pela igualdade, todos sendo cidadãos do mesmo mundo, tendo direitos iguais, pois a diferença nos inferioriza”, destacou.O filósofo, professor titular da PUC e doutor em educação Mário Sérgio Cortella, que foi orientado por Paulo Freire e o substituiu na Secretaria da Educação paulistana no governo de Luiza Erundina (PT), explicou que a pedagogia freiriana é realmente do oprimido e não sobre o oprimido. “Paulo Freire sofreu na pele as conseqüências da opressão. Ele fala de dentro, sendo um dos oprimidos. Quando se fala ‘de’ é uma forma subjetiva, diferente de quando se fala ‘sobre’, uma visão de fora”, comentou.




A OBRA




Traduzidao para mais de 40 línguas, Pedagogia do Oprimido foi escrito por Paulo Freire no Chile, durante o exílio. Publicado em 1970, a obra, em linhas muito gerais, trata de dois tipos de pedagogia: a pedagogia dos dominantes, chamada de bancária, na qual a educação existe como prática da dominação, e a pedagogia do oprimido, que precisa ser realizada como prática da liberdade. O movimento para a liberdade deve surgir e partir dos próprios oprimidos. Dessa forma, a pedagogia decorrente será construída com o oprimido e não para ele. Assim, Paulo Freire coloca que não é suficiente que o oprimido tenha consciência crítica da opressão, mas que se disponha a transformar essa realidade.

RESULTADO OFICIAL DA ESCOLHA DOS LÍDERES DE SALA: ESSA TURMA PROMETE!

Hoje aconteceu a escolha dos nossos Líderes de Classe e o engajamento foi geral... Alegria o tempo todo!

Conheça agora os novos líderes de sala... A posse oficial acontecerá no próximo dia 26, sexta-feira!!!


GALERIA DOS LÍDERES
4º ANO - TURMA "U"
Líder: Diego
Vice-Líder: Maria Helena
5º ANO - TURMA "A"
Líder: Milena
Vice-Líder: Rosângela
5º ANO - TURMA "B"
Líder: Rayane
Vice-Líder: Lindinês
6º ANO - TURMA "A"
Líder: Letícia
Vice-Líder: Emmily
6º ANO - TURMA: "B"
Líder: Viviane
Vice-Líder: Joaquim
6º ANO - TURMA "C"
Líder: Raul
Vice-Líder: Thays Eduarda
6º ANO - TURMA "D"
Líder: Julião Neto
Vice-Líder: Clóvis Eduardo
7º ANO - TURMA: "A"
Líder: Ana Caroline
Vice-Líder: Tanyse
7º ANO - TURMA: "B"
Líder: Geovana
Vice-Líder: Renata
7º ANO - TURMA "C"
Líder: Ítalo
Vice-líder: Karina
8º ANO - TURMA: "A"
Líder: Marcelina
Vice-Líder: Aline
8º ANO - TURMA: "B"
Líder: Mony Evella
Vice-Líder: Fernando
8º ANO - TURMA "C"
Líder: Rafael
Vice-Líder: Suiane
9º ANO - TURMA: "A"
Líder: Daniele
Vice-Líder: Alice
9º ANO - TURMA: "B"
Líder: Leandro
OBSERVAÇÃO: Nesta turma, o aluno Leandro foi escolhido por unanimidade.
Fato interesse: Mesmo havendo três candidatos na turma, os demais não tiveram nenhum voto. Isto é, nem eles votaram neles!
BOA SORTE PARA TODOS!!!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A HISTÓRIA DE UMA ESCOLA SE CONSTRÓI COM GRANDES LÍDERES E COM UMA EQUIPE FORTE E DETERMINADA...

Companheiros do Núcleo Gestor, colegas professores, caros alunos, à vocês o nosso muito obrigado pela participação e apoio para a concretização do nosso projeto "CIDADANIA E DEMOCRACIA: CARACTÉRISTICAS DE UM GRANDE LÍDER!

Amanhã será o grande dia! O dia em que todo o nosso corpo discente estará escolhendo, através do voto direto, os seus líderes de sala. E, isto só será possível porque vocês nos apoiaram!


QUE OS LÍDERES ESCOLHIDOS NO DIA DE AMANHÃ POSSAM TRABALHAR POR UMA ESCOLA MELHOR!


Sucesso a todos!





Projeto: Cidadania e Democracia – Características de um grande líder!




Público alvo: Alunos dos 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental, dos turnos da manhã e da tarde, da E.E.F. Dr. Stênio Dantas.

Disciplinas: Educação Religiosa e Língua Portuguesa.

Interdisciplinaridade: História, Geografia, Estudos Regionais e Educação Artística.

Período: Setembro de 2008.

Responsável: Profa. Ana Paula M. Fechine

Co-Responsáveis: Profs. Francisca Nádia Fechine de Andrade e Laercio Genuino Mendonça.

Justificativa: Somos nós que construímos uma sociedade justa ou que acreditamos ser parte de uma sociedade injusta e desigual. A democracia pode ser entendida como uma forma de organização da sociedade, da escola, da igreja, entre outras, baseada em princípios éticos de liberdade, igualdade, diversidade, solidariedade e participação. Portanto, ela supõe a criação e o fortalecimento de um sujeito político coletivo que engloba homens e mulheres em seu papel de construtores da sociedade. Como educadores não podemos ver esgotadas as possibilidades de mudanças desse cenário que ora nos é apresentado. Precisamos construir um país onde os atores da democracia seja o cidadão, cujo papel é assumir e fazer cumprir deveres e direitos para o bem comum. Nossas ações, escolhas e atuações contribuem para definir o rumo da história do local onde vivemos e do mundo. É nessa perspectiva que se justifica esse projeto.

Objetivos:
Geral:
Refletir com o educando a importância a importância do bem comum, despertando assim a solidariedade e a responsabilidade da construção da democracia dentro da sala de aula, despertando no aluno a necessidade da escolha do líder de classe e do professor regente.
Específicos: Apresentar através da leitura de textos e discussões em sala de aula a importância da escolha através do voto para a vida em sociedade; identificar ações que possibilitem contribuição para o aprimoramento da democracia na escola; e, ações, características e habilidades que são inerentes a um grande líder; e, promover debates, mesa redonda e exposições de idéias, em salas de aula, sobre as vantagens, melhorias e contribuições para o desenvolvimento da escola com a escolha de representantes e regentes de sala;

Metodologia: Apresentação do projeto aos professores, na perspectiva de estimular a sua participação ativa; possibilitar ao aluno textos para o aprimoramento do tema a ser discutido; selecionar, de forma aleatória, um grupo de alunos protagonistas do 9º ano, para serem interlocutores do processo democrático da escolha de representantes; inscrições dos candidatos; confecção das cédulas eleitorais; e, escolha dos professores e alunos que farão parte da Comissão Eleitoral.

Material: Painel expositivo; pincel; lápis hidrocor (cores diversas); folha de papel cartolina; folha de papel madeira; folha de papel A4; caixas de papelão (para confecção das urnas eleitorais); revistas; e, jornais.

Avaliação: A avaliação se fará no e durante todo o processo, desde a sua apresentação aos docentes na Reunião de planejamento à posse dos líderes de sala, a partir da observância do desempenho e atuação de cada um, na execução das tarefas.

Cronograma de atividades: 06 de Setembro - Apresentação do projeto aos professores e incentivo à participação: Todos os professores motivados e divisão das equipes de trabalho. Elaboração de calendário em comum acordo com os professores: calendário com datas previstas para cada atividade. / 08 de Setembro - Preparação do painel da Democracia. Painel da Democracia exposto: Um convite à leitura / 08 a 12 de Setembro - Distribuição de alguns textos aos professores para ser desenvolvido em sala de aula; Desenvolvimento de atividades em sala de aula com os alunos; Alunos conscientes da importância do voto e da democracia para o exercício da cidadania. 15 a 18 de Setembro - Escolha e apresentação dos candidatos à comunidade escolar; Apresentação das propostas dos candidatos; Candidatos preparados para a disputa eleitoral. 19 de Setembro - Eleição para a escolha dos líderes de classe; Participação de todos os educandos, através do voto direto. 24 de Setembro - Reunião com o Núcleo Gestor para elaboração de um calendário de ações; Construção de um calendário de atividades.
26 de Setembro - Posse dos líderes eleitos. Apresentação a Comunidade escolar dos novos líderes de sala.


Profs. Ana Paula e Nadia Fechine e Laercio Mendonça.

Uma história de amor: O Jardineiro e a Fräulein... Rubem Alves

Menino, ele de longe olhava os pescadores nos seus barcos levados pelo vento. Pensava que o mar não tem fim. Pensava que os pescadores eram felizes porque não precisavam plantar peixes para colher depois. O mar era generoso: ele mesmo plantava os peixes que os pescadores só faziam colher com as suas redes. Tinha inveja dos pescadores. Ele era filho de agricultores. Tinha de plantar para colher. Diferente do mar, a terra tinha fim. Todos os pedaços de terra, os menores, os mais insignificantes, todos já estavam sendo cultivados. Os pescadores, se quisessem mais, bastava-lhes navegar mar a dentro. Mas os agricultores não podiam querer mais. A terra chegara ao fim. Quem quisesse mais terra para cultivar teria que sair da terra conhecida e ir em busca de outras terras, além do mar sem fim.Ele já ouvira os mais velhos falando sobre isso - um país do outro lado do mar - tão longe que lá era noite quando no seu país era dia - país de gente de rostos diferentes, de comida diferente, de língua diferente, de religião diferente, de costumes diferentes. Tudo era diferente. Menos uma coisa: a terra era a mesma e os seus segredos, eles os conheciam.E foi assim que chegou o dia em que ele, adolescente, seus irmãos e seus pais, entraram num navio que os levaria ao tal país - como era mesmo o seu nome? Buragiro... Era assim que eles, japoneses, conseguiam falar o nome Brasil...No Brasil, o jovem japonês conseguiu trabalho na casa de uma família de alemães. Família rica, casa de muitos criados e criadas. Ele não falava português nem alemão. Mas não importava. Seu trabalho era cuidar da horta e do jardim. E a língua da terra e das plantas ele conhecia muito bem. A prova disso estava nos arbustos artisticamente podados segundo a inspiração milenar das bonsais, nos canteiros explodindo em flores, nas hortaliças que cresciam viçosas. E foi assim que, na sua fiel e silenciosa competência de jardineiro e hortelão, ele passou a ser amado pelos seus patrões.Mas ninguém nem de longe suspeitava os sonhos que havia na alma do jardineiro. Quem não sabe pensa que jardineiro só sonha com terra, água e plantas. Mas os jardineiros têm também sonhos de amor. Jardins, sem amor, são belos e tristes. Mas quando o amor floresce o jardim fica perfumado e alegre. Pois esse era o segredo que morava na alma do jardineiro japonês: ele amava uma mulher, uma alemãzinha, serviçal também, todos a tratavam por Fräulein. Cabelos cor de cobre, como ele nunca havia visto no seu país, pele branca salpicada de pintas, olhos azuis, e um discreto sorriso na sua boca carnuda que se transformava em risada, quando longe dos patrões. Era ela que lhe trazia o prato de comida, sempre com aquele sorriso...E ele sonhava. Sonhava que suas mãos acariciavam seus cabelos e seu rosto. Sonhava que seus braços a abraçavam e os braços dela o abraçavam. Sonhava que sua boca e sua língua bebiam amor naquela boca carnuda... E a sua imaginação fazia aquilo que faz a imaginação dos apaixonados: se imaginava num ritual de amor, delicado como a cerimônia do chá, tirando a roupa da Fräulein e beijando a sua pele... A imaginação de um jardineiro japonês apaixonado é igual à imaginação de todos os apaixonados...Mas era apenas um sonho. Olhava para seu corpo atarracado, para sua roupa rude de jardineiro, para suas mãos sujas de terra, para seus dedos ásperos como pedras. A Fräulein pertencia a um outro mundo distante do seu mundo de jardineiro.Vez por outra ele lhe oferecia uma flor quando ela lhe trazia a comida. Ela sorria aquele sorriso lindo de criança, agradecia, e voltava saltitando para a casa, com a flor na mão. Mas havia aquelas ocasiões em que ela tomava a flor e a levava ao seu nariz sardento para sentir o perfume. As pétalas da flor então roçavam os seus lábios. E o seu corpo de jardineiro estremecia, imaginando que a sua boca estava tocando os lábios dela.Mas o seu amor nunca saiu da fantasia. Ninguém nunca soube.Os anos passaram. Ele ficou velho. A Fräulein também envelheceu. Mas o amor não diminuiu. Para ele, era como se os anos não tivessem passado. Ela continuava a ser a meninota sardenta. O amor não satisfeito ignora a passagem do tempo. É eterno.Chegou, finalmente, o momento inevitável: velho, ele não mais conseguia dar conta do seu trabalho. Seus patrões, que o amavam profundamente, pensaram que o melhor, talvez, fosse que ele passasse seus últimos anos num lar para japoneses idosos, uma grande área de 10 alqueires, bem cultivada, com pássaros, flores e um lago com carpas e tilápias. Ele concordou. Visitou o lar mas, por razões desconhecidas, não quis viver lá. Achou preferível viver com parentes, numa cidade do interior. Mas o fato é que os velhos são sempre uma perturbação na vida dos mais novos. São, na melhor das hipóteses, tolerados. E a sua velhice se encheu de tristeza.Um dia, movido pela saudade, resolveu visitar a casa onde passara toda a sua vida e onde vivia a Fräulein. Mas aí lhe contaram que ela fora internada num lar para idosos alemães. Estava muito doente. Foi então visitá-la. Encontrou-a numa cama, muito fraca, incapaz de andar.E então ele fez uma coisa louca que somente um apaixonado pode fazer: resolveu ficar com ela. Passou a dormir ao seu lado, no chão. Passou a cuidar dela como se cuida de uma criança. (Fico comovido pensando na sensibilidade dos diretores daquela casa que permitiram esse arranjo que não estava previsto nos regulamentos.)A Fräulein estava muito fraca. Não conseguia mastigar os alimentos. Não conseguia comer. Aconteceu, então, um ato inacreditável de amor que os que não estão apaixonados jamais compreenderão: o jardineiro passou a mastigar a comida que ele então colocava na boca da agora ‘sua’ Fräulein. Os dirigentes da casa, acho que movidos pelo amor, fizeram de conta que nada viam.Nunca ninguém viu, nunca ninguém me contou. Imaginei. Imaginei que quando estavam sozinhos, sem ninguém que os visse o jardineiro encostava seus lábios nos lábios da Fräulein, e assim lhe dava de comer... Assim o fazem os namorados apaixonados, lábios colados, brincando de passar a uva de uma boca para a outra...E assim, ao final da vida, o jardineiro Hiroshi Okumura beijou sua Fräulein como nunca imaginara beijar... O amor se realiza de formas inesperadas.Esta é uma história verdadeira. Aconteceu. Foi-me contada pela Tomiko, amiga que trabalha com idosos (aquela que me aconselhou a comprar um blazer vermelho). Ela conheceu pessoalmente o jardineiro.No meu sítio eu planto árvores para meus amigos que morrem. Pois vou plantar uma cerejeira e uma camélia vermelha, uma ao lado da outra: o Jardineiro japonês e a sua Fräulein...



Fonte: Correio Popular, Caderno C, 07/01/2001.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sobre rosas,formigas e tamanduás... Rubem Alves

O seu nome era Brasilino Jardim. Brasilino Jardim tinha jardim no nome e jardim no coração. Ele amava todas as coisas vivas, de plantas a urubus. A vida, para ele, era sagrada.Brasilino Jardim não ia à igreja. As pessoas religiosas temiam por sua alma e se perguntavam: “Ele não sabe que é preciso ir à igreja para estar bem com Deus? Quem não está bem com Deus corre perigo! Deus castiga!”Brasilino sorria um sorriso manso e perguntava: “Onde está dito, nas Sagradas Escrituras, que Deus fez uma igreja? Todo Poderoso, se quisesse igrejas teria feito igrejas. Todo Poderoso, ele fez o que queria. E o que é que ele fez? Plantou um jardim. E está dito que ele ‘andava pelo jardim ao vento fresco da tarde!’ Quando estou no jardim sei que estou andando no lugar que Deus ama. Deus ama a vida, o vento, o sol, a terra, a água – coisas que estão no jardim. Mas as igrejas são lugares fechados, abafados. Bichos e plantas não se sentem felizes lá dentro...”Não frequentava igrejas mas amava um santo: São Francisco. Porque São Francisco foi o homem que via Deus nas coisas da natureza. São Francisco amava tudo o que vivia e, segundo a lenda, as coisas que viviam o entendiam, tanto que ele pregava sermões aos peixes e aos pássaros. Frequentemente os animais ouvem melhor que os seres humanos...Foi então que o Brasilino Jardim resolveu plantar um jardim em homenagem a São Francisco. Teria de ser um lindo jardim, com um canteiro de rosas no meio. E assim foi. Vendo as folhas viçosas das roseiras, a primeira rosa que se abrira e os botões que se abririam no dia seguinte, Brasilino foi dormir contente.Ao acordar pensou logo no jardim. Queria ver se os botões já estavam abertos. Mas, decepção! O que ele encontrou foi devastação. Durante a noite as formigas saúvas haviam cortado todas as folhas e todas as flores das roseiras. Brasilino ficou muito triste. Resolveu aconselhar-se com um vizinho que tinha um lindo canteiro de rosas floridas.“O jeito é matar as formigas”, disse o vizinho. “Formigas e jardins não combinam. Para as formigas jardins são hortas, coisas para serem comidas.”“Matar as formigas? De jeito nenhum. São criaturas de Deus, como todos nós. Se foi Deus quem as fez, elas têm o direito de viver. Formigas têm direitos...” E com essas palavras deixou o vizinho falando sozinho. “Onde já se viu matar as formigas? São criaturas de Deus. Tem de haver outro jeito...”Pensou: “Se as formigas comeram as roseiras, comeram porque estavam com fome. Não foi por maldade. Se eu der comida às formigas elas deixarão de ter fome e não comerão as rosas”.Dito isso plantou, à volta do jardim de rosas, um anel de cenouras tenras e doces que seriam o deleite alimentar das formigas. Mas as formigas ignoraram as cenouras. Continuaram a comer as roseiras.“Talvez elas não tenham entendido”, ele pensou. “Não perceberam nem que as cenouras são deliciosas e nem que são para elas. Ainda não foram educadas. Se forem educadas para gostos mais refinados não comerão as rosas. Serei um educador de formigas.”E como sabia que a noite é o tempo preferido pelas formigas para cortar roseiras, Brasilino passou a dar aulas às formigas durante a noite, peripateticamente, no seu jardim. Queria que as formigas aprendessem a gostar gastronomicamente de cenouras e plasticamente de rosas.O vizinho ficou incomodado com aquele falatório noturno. Foi ver do que se tratava. E se espantou. “Brasilino, você endoidou? Pregando às formigas?” Brasilino respondeu: “São Francisco pregou aos pássaros e aos peixes. E eles entenderam. Pois eu vou pregar às formigas e elas haverão de entender.” Mas as formigas não ligavam para a aula do Brasilino. Não aprenderam a lição nova. Formiga continua a ser formiga. Continuaram a cortar as roseiras.Diante do fracasso da pedagogia, Brasilino se lembrou de um recurso inventado pelos humanos chamado “condomínio”. O que é um condomínio? São casas cercadas de muros de todos os lados, com o objetivo de impedir a entrada dos criminosos, que ficam do lado de fora. “Farei o mesmo com as minhas roseiras”, ele disse triunfante. Ato contínuo tomou garrafas de coca litro, cortou bicos e fundos, fez um corte vertical ao lado e usou esses cilindros ocos como cintas protetoras para os caules das roseiras. “Agora minhas roseiras estão protegidas! As formigas não entrarão!” Pobre Brasilino! Ele não conhecia a esperteza das formigas. Elas sabem fazer túneis, escalar muralhas, passar por frestas, fazer pontes. E quando ele foi ao jardim, pela manhã, viu que as formigas haviam devorado de novo suas roseiras.Lembrou-se então Brasilino de uma velha estória que relata o feito de um flautista que livrou uma cidade de uma praga de ratos que a infestava. O que foi que o flautista fez? Simplesmente tocou sua flauta! “Ah! A música tem poderes mágicos! Claro, as formigas não entendem a linguagem pedagógica dos argumentos. Haverão de ser sensíveis à magia da música.” Comprou uma flauta e pôs-se a tocar o Bolero de Ravel. As formigas reagiram imediatamente. Sentiram o poder da música. Até os bichos têm música na alma. Começaram a mastigar folhas e rosas ao ritmo da música encantadora.Com o fracasso da música, veio-lhe, então, uma nova idéia: “Se as formigas não podem ser nem conscientizadas pela palavra e nem sensibilizadas pela música, as rosas podem ser. Assim, vou despertar nas minhas rosas o sentimento da não-violência, da beleza da paz. O pensamento tem poder. Se todas as rosas fizerem juntas uma corrente de pensamentos de paz a energia positiva no ar será tão forte que as formigas se converterão...”Espalhou, pelo jardim, imagens coloridas de paz. Flores sorridentes. Pôs CDs com música sobre rosas, Strauss, Vandré e Caymi. Tudo, no espaço do jardim, sugeria paz e não violência. Quem visitasse o seu jardim sentia a energia positiva no ar. Mas parece que as formigas não eram sensíveis à energia positiva de paz. Continuaram a cortar as rosas.Aí ele começou a ter raiva das rosas. “Não compreendo a passividade das rosas! Elas não se defendem! Tinham de se defender! Pois Deus não dotou as criaturas com o direito de defender a sua vida?”Cobriu então os galhos das roseiras com espinhos pontudos e afiados, facas e espadas que as rosas deveriam usar para se defender das formigas. Mas as rosas não sabiam se defender. Não sabiam usar armas. Eram mansas e desajeitadas por natureza. As formigas continuaram a subir pelos seus galhos sem ligar para os espinhos.No desespero, Brasilino resolveu tomar uma atitude mais radical, que mesmo contrariava seu sentimento de reverência pela vida: foi para o jardim munido de um martelo e pôs-se a martelar as formigas que se aproximavam das suas roseiras. Mas o número das formigas era imenso. Não paravam de chegar. Matou muitas formigas a marteladas, o que não as perturbou. E havia também o fato de que Brasilino não podia ficar martelando formigas o tempo todo. Precisava dormir. Dormindo, o martelo descansava. E as formigas trabalhavam.“Já sei!”, ele disse. “Apelarei para o Papa. O Papa tem reza forte. Pedirei que ele ore para que as formigas parem de comer minhas rosas”. Escreveu então uma carta para o Papa, expondo o seu sofrimento, e pedindo que ele intercedesse junto aos santos, junto à virgem, junto a Deus... Afinal de contas, as hostes celestiais deviam ter um interesse especial na preservação do jardim, aperitivo do Paraíso.As autoridades eclesiásticas, de posse da carta de Brasilino, deram a ela a maior consideração, e a colocaram na lista da orações pela paz que o Papa rezava diariamente: paz entre judeus e palestinos, paz entre russos e chechênios, paz entre protestantes e católicos, paz na Espanha, paz na Colômbia, paz no Peru, paz na África... Era uma lista enorme. O Papa orou mas nada mudou. Os homens continuaram a se matar e as formigas continuaram a cortar suas roseiras.De repente ele ouviu uma voz que o chamava. Era a voz do seu vizinho, que contemplava tudo em silêncio. “Eu tenho uma solução para o seu problema com as formigas, sem que você tenha de matar as formigas.”Brasilino se espantou: “Como?”O vizinho explicou: “Você acha que as formigas são criaturas de Deus. Sendo criaturas de Deus têm direito a viver. Você está em boa companhia espiritual. Homens como São Francisco, Gandhi e Schweitzer também sentiam reverência pela vida.” Brasilino ficou feliz ao se ver colocado ao lado desses santos.Seu vizinho continuou: “Mas isso que você diz para as formigas deve valer para todas as criaturas. Certo?” “Certo”, concordou Brasilino.“Então, por que você não traz um tamanduá para morar no seu jardim? Tamanduás também são criaturas de Deus. E adoram comer formigas! Para isso têm uma língua fina e comprida, que entra até o fundo dos formigueiros! Para o tamanduá, comer formiga não é pecado; é virtude!”E foi assim que o Brasilino, sem desrespeitar suas convicções espirituais, trouxe um tamanduá para viver no seu jardim.E o tamanduá engordou, as formigas sumiram, o jardim floresceu e o Brasilino sorriu...Moral da estória: Quem quiser se livrar das formigas e manter uma consciência tranquila, que compre um tamanduá...DICAS:1. Onde encontraremos tamanduás?2. Olhado para o pára-raios do mosteiro de Itaici ele me recitou um versinho de um poeta português: “Os pára-raios nas torres das igrejas / são para contar aos ateus / que em dias de tempestade / os cristãos não confiam em Deus...”3. Muitos anos atrás, no auge da revolução feminista nos USA, as adolescentes engravidavam de propósito, só para a abortar. Porque fazer um aborto era a credencial para se pertencer ao círculo das mulheres livres. Fazer um aborto era a prova de que ela era dona do seu próprio corpo, que ela não estava à mercê daquilo que os homens lhes fizessem. Em certos círculos da marginalidade matar uma pessoa – mesmo sem razão alguma – é a credencial para se provar como pertencente ao conjunto dos homens que desafiam as regras da sociedade.

(Correio Popular, Caderno C, 07/10/2001.)

Conversa com educadores

"O estudo da gramática não faz poetas. O estudo da harmonia não faz compositores. O estudo da psicologia não faz pessoas equilibradas. O estudo das "ciências da educação" não faz educadores. Educadores não podem ser produzidos. Educadores nascem. O que se pode fazer é ajudá-los a nascer. Para isso eu falo e escrevo: para que eles tenham coragem de nascer. Quero educar os educadores. E isso me dá grande prazer porque não existe coisa mais importante que educar. Pela educação o indivíduo se torna mais apto para viver: aprende a pensar e a resolver os problemas práticos da vida. Pela educação ele se torna mais sensível e mais rico interiormente, o que faz dele uma pessoa mais bonita, mais feliz e mais capaz de conviver com os outros. A maioria dos problemas da sociedade se resolveria se os indivíduos tivessem aprendido a pensar. Por não saber pensar tomamos as decisões políticas que não deveríamos tomar. Se você desejar saber com detalhes o que penso sobre a educação, leia os livros que se encontram na sala da Biblioteca.
Nas minhas conversas com educadores meus temas favoritos são: A alegria de ensinar, A educação dos sentidos, O prazer de ler, A arte de pensar, O educador como sedutor, O educador como feiticeiro, O educador como artista, O educador como cozinheiro, As leis do pensar criativo, Anatomia do pensamento: informação, razão, inteligência, conhecimento, alegria, Aprendendo a desaprender, Entre a ciência e sabedoria: o dilema da educação, Educação e política, Educação e Vida, Aprendizagem e prazer".
Rubem Alves

Para repensar a vida...



""Carpe Diem" quer dizer "colha o dia". Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente".


Rubem Alves

MEC: orçamento para educação em 2009 será de R$ 41, 5 bilhões

O valor do orçamento de 2009 supera em R$ 10 bilhões o orçamento deste ano, que foi de R$ 31,2 bilhões

Fonte: Agência Brasil (16.09.2008)

A proposta do orçamento da União precisa, agora, ser aprovada pelo Congresso Nacional. Distribuir de forma homogênea os recursos previstos no orçamento para a Educação em 2009, que são da ordem de R$ 41, 5 bilhões, para os quatro eixos de atuação da pasta: educação básica, educação profissional, educação superior e alfabetização.
Essa é a meta do Ministério da Educação (MEC), segundo o secretário-executivo do MEC, Henrique Paim. "Há algum tempo, o MEC trabalha com uma visão sistêmica da educação. No orçamento, o que se pode observar é uma distribuição clara entre os quatro eixos: educação básica, educação profissional, educação superior e, por fim, alfabetização e diversidade", afirmou.
Na Educação Básica - que engloba creche, pré-escola, ensinos fundamental e médio - o destaque em investimentos, segundo Paim, será para a área de formação de professores. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão que será responsável por essa tarefa, teve seu orçamento ampliado de R$ 1,2 bilhões em 2008 para R$ 2,05 bilhões em 2009.
O orçamento total para o programa Brasil Alfabetizado e a Educação de Jovens e Adultos sofreu um corte de R$ 75 milhões. Segundo Paim, a redução é conseqüência de uma mudança na operacionalização do programa e não significa menos dinheiro para a alfabetização.
"Desde 2007, o pagamento de bolsas é feito diretamente aos alfabetizadores pelo MEC. Como as bolsas do Brasil Alfabetizado têm início no segundo semestre de cada ano, parte do orçamento de 2009 vai recair para 2010. As metas não foram alteradas, estamos adequando o orçamento ao novo ritmo de execução do programa", explicou.
O projeto de expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica também recebeu incremento de quase R$ 1 bilhão.
O ministro Fernando Haddad havia anunciado, recentemente, que, até 2010, serão construídas 150 escolas técnicas federais. As obras de 104 dessas instituições já foram licitadas, de acordo o ministro.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sindicatos prometem mobilização nacional para implantar o piso do professor

Amanhã é dia de paralização nacional. É dia de lutarmos por nossos direitos! Faremos isto de um jeito diferente falando de DEMOCRACIA E CIDADANIA para os nossos alunos. Em nossa escola a maioria dos professores do turno da manhã é recém empossado aprovado no último concurso realizado pela prefeitura municipal de Missão Velha e por isso optamos por não aderir a greve e trabalhar... Mas trabalhar contribuindo para a nação informando aos jovens sobre seus diretitos e deveres.

Na verdade os protestos, no Brasil, são contra a ameaça de alguns Estados de entrar na Justiça contra o piso de R$ 950,00 por uma carga horária de 200 horas aulas. O nosso piso salarial, em Missão Velha, já é superior, especialmente no caso caso dos novos concursados para o Ensino Fundamental maior.


A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) está programando para esta terça-feira, dia 16 de setembro, o Dia Nacional de Mobilização, quando irá pressionar Estados e Municípios a pagarem já o piso salarial dos professores de R$ 950, aprovado pelo Congresso em agosto. A CNTE diz que os governadores de Pernambuco e Piauí já decidiram instituir o piso.
Sob o lema "O Piso é Lei, Faça Valer", a entidade decidiu organizar protestos nas principais capitais contra a ameaça de alguns Estados de entrar na Justiça contra o piso. A principal queixa dos Estados é a exigência de reserva de um terço da carga horária para atividades fora da sala de aula.
Os sindicatos também entregarão uma carta aos candidatos a prefeitos e vereadores, solicitando a implantação do piso nos municípios. Após as eleições municipais de outubro, a confederação irá organizadas caravanas a Brasília para pressionar o Congresso contra projetos de lei que possam propor alteração da legislação do piso. Serão realizadas também audiências públicas em Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas. Segundo a CNTE, a campanha será realizada todo dia 16, até o mês de dezembro.
O sindicato nacional critica principalmente os secretários de Educação de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul por tentarem "desconstruir" o piso e ameaçar questionar na Justiça questionando a a constitucionalidade de artigos da lei. "Vamos voltar às ruas e realizar atos públicos, assembléias, mobilizações, paralisações ou greves em defesa do piso. A valorização do professor significa educação de qualidade", diz a mensagem da CNTE enviada aos sindicatos estaduais.
A confederação diz que o piso beneficiará cerca de 60% dos trabalhadores em educação, além de amenizar as disparidades com relação ao salário dos educadores, cujas variações chegam a até 400% no Brasil.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), da qual a CNTE é filiada, diz que desde que a lei do piso foi sancionada vários segmentos da sociedade questionam a sua constitucionalidade, inclusive membros do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).
Para a CUT, as eleições municipais de outubro vão contribuir para inibir ações para derrubar no Congresso pontos da lei do piso em função do desgaste que a medida representa. A central diz que vários parlamentares já se posicionaram a favor do piso, como os deputados Severiano Alves (PDT-BA) e Gastão Vieira (PMDB-MA) e a senadora Ideli Salvati (PT-SC).
A CUT diz que já estão confirmadas os seguintes atos
Distrito Federal: Mobilização em frente à Câmara Legislativa para pedir a implantação imediata da Lei de Piso.
Minas Gerais: Assembléia às 15h, no pátio da Assembléia Legislativa de Minas Gerais e passeata até o Palácio da Liberdade.
Pernambuco: Audiência em defesa do piso na Assembléia Legislativa do estado.
Piauí: A partir das 8 horas, Seminário no Auditório Mestre Dezinho, no Centro de Artesanato e assinatura de carta compromisso aos candidatos a prefeito e vereadores nas eleições de outubro solicitando a implantação do piso nos municípios.
Rio Grande do Sul: Paralisação em todo estado, no horário de funcionamento das escolas.
Rondônia: Passeata pelas principais ruas da capital, com realização de assembléia para discutir a pauta de reivindicações 2009.
Santa Catarina: Mobilização em todas as escolas estaduais e municipais. E no dia 17, às 8h30, seminário sobre o Piso Nacional no CEDUP, em Lages.
São Paulo: Seminário: Jornada e Diretrizes da Carreira Docente, de 9 às 14h, na Assembléia Legislativa.